Puxando pela memória, alguns meses atrás o site Porto Noticias enaltecia uma reunião da Secretaria Municipal de Educação com os Profissionais e o Sindicato (SINTEP), como um marco histórico educacional em nosso município. Eu neste humilde blogsinho, despretenciosamente, avisava os narcisistas de plantão para possibilidade do "MARCO" transformar-se em um "MICO". Infelizmente para todos isso aconteceu.
A discussão que se iniciou naquela reunião, apenas motivou os profissionais a se mobilizarem buscando um diálogo com a secretaria objetivando um aumento salarial. Segundo alguns profissionais, particularmente professores, após várias tentativas na busca de uma proposta da SMECD (Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Desporto), onde os prazos para as respostas não foram respeitados, os profissionais resolveram forçar o diálogo acenando com a possilidade de uma greve.
Lamentável, pois segundo os professores, o agravante na situação não é só a defasagem salarial, mas também a falta de atenção que a categoria alega estar recebendo. Creio particularmente que este é um erro grave, pois só agrava ainda mais a questão. Uma coisa é certa, da forma como a folha da educação inchou nestes últimos anos, a maneira como o transporte escolar está acontecendo, contrariando a legislação, pouco investimento no setor e mais uma série de outros problemas, eu particularmente creio estar difícil dar aumento significativo sem primeiro corrigir muitas coisas.
Quando falo sobre aumentar o investimento quero tornar mais claro através de um exemplo. Tudo é uma questão de se eleger o que é prioridade, por exemplo: a educação tem um mínimo de aplicação que é constitucionalmente determinado, 25% da receita, no ano de 2010 o município de Porto aplicou 26%, ou seja, menos de 27%. Se deixarmos de considerar gastos indevidos, corre-se o risco de não chegar ao mínimo. Já a saúde que tem vinculado 15% da receita, aplicou mais de 34%, ou seja, mais que o dobro. É ou não é uma questão de se eleger prioridade, não que a saúde não seja prioridade, a questão é que a educação também é. Vocês podem perguntar será que isto se deu devido a secretária de saúde ser filha da prefeita? Não sei.
Pois bem, esta é a situação, os professores querem uma resposta e isso tem que vir de quem tem a responsabilidade sobre o assunto. Já vou avisar, nessa altura do campeonato as comparações com a administração passada não colam mais e nem fica bem para quem se coloca como gestor. Além de que, a administração passada nunca precisou passar por tal situação.
A grande conclusão que tiro de tudo isto, como mais uma lição que a vida dá , é que administrar é bem mais difícil do que teorizar. Somente quando as pessoas assumem uma posição é que podemos realmente mensurar sua capacidade. Verdadeiramente espero que esta greve não aconteça, desejo que o diálogo seja reestabelecido e que uma proposta realmente coerente possa surgir para que em consenso a situação possa ser resolvida.
É certo que os profissionais desejam receber um aumento salarial, mas também desejam ser ouvidos e receber mais atenção por parte de seus seus gestores.
Paulo Celso.